Andava eu a navegar por um blog amigo, quando me deparei com um post cuja temática assentava na associação entre a perfeição e a inveja. Perfeição, algo condenado à priori por qualquer um de nós, uma vez que é um conceito meramente utópico. Não sei, tão pouco, definir o que será a perfeição, trata-se de um conceito mutável e bipolarizado, aos meus olhos. Não obstante, a sua busca incansável move-nos, nem que por breves instantes e para rapidamente se tornar em mais uma delicada imperfeição. As imperfeições ora se desvanecem,ora nos fazem crescer e sentir a intensidade das coisas mundanas.
Na nossa loucura quotidiana não são muitos aqueles que abraçam as imperfeições alheias sem se questionarem até que ponto estão aptos e com disposição para lidar com elas,afinal o conceito de amizade é isso mesmo, abraçar as imperfeições alheias e fazer delas uma mais-valia. O ser humano, por vezes, e numa perspectiva circunstancial, simplesmente chega a um ponto de saturação, não condenável, de todo. Eu, consciente que estou das minhas lacunas pessoais, também o fiz já por diversas vezes, justificado ou não, mas penso que teria de entrar por outro caminho, o dos nossos próprios fantasmas. São os nossos fantasmas pessoais que condicionam a busca da perfeição e o acolhimento das singelas imperfeições, bem como a sua duração e intensidade.
Tudo isto para, uma vez mais, salientar que não paro de querer mais de mim e de me encantar com as pequenas imperfeições da vida, mesmo quando estas últimas me fazem agir como uma pessoa socialmente menos aceite, e invejar (remato com a inveja, suavemente). Perfeitamente imperfeitos, sempre!
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