Wednesday, September 27, 2006

Datas "especiais"

Datas especiais, ou não! Porque de especiais não têm nada, o mood farrapo humano vai ter que me abandonar, mas primeiro deixem-me descarregar o que penso sobre aniversários. Desculpa-me Sandra, porque gosto bastante de ti, mas desagrada-me isto de só estar com certos amigos quase exclusivamente nestas alturas. Parece uma imposição. Parece que toda a gente só atribui importância a festejar mais um dia como os outros. "Estou a celebrar mais um ano de existência, uau, e ainda ontem estava a rogar pragas a todos os aspectos da minha vida!"
Pessoalmente odeio fazer anos, este ano o meu namorado fez-me uma festinha supresa, foi um querido, cheio de óptimas intenções, e assim até me soube bem. Mas agora andar a combinar jantar, falar com pessoas para celebrar mais um estúpido dia, quando sei que metade não vai, porque essas pessoas só estão interessadas no seu próprio aniversário, desculpem-me mas estou farta de tudo isso. Toda a gente tem a desculpa perfeita, a minha não o é. Não vou mentir como os outros que não vão porque não querem gastar o seu precioso dinheiro e inventam mentiras parvas, eu não quero simplesmente ir porque sei que quando sou eu só posso contar com duas ou três pessoas. Deixemo-nos de hipocrisias, serei para os outros o reflexo da amizade que eles têm por mim. Não vou para encher a mesa, fartei-me disso. Posso não estar rodeada de amigos, e por isso mesmo não vou fingir que estou para agradar outrém. Vou apenas aqueles aniversários que não são uma fachada, nos quais não sou um improviso de última hora, sou demasiado egoísta, quero lá saber, mas não sou mais egoísta que o resto dos meus supostos amigos, nem me vou armar em boa samaritana. Se leres isto Sandra, fica chateada, não fico minimamente importada. Sinceramente tenho problemas maiores com que ocupar o meu imenso ego, e um deles neste momento é estar saturada com o ser humano em geral. De todas as mesquinhices do bando de egoístas que somos. Talvez eu seja uma dessas pessoas que vive melhor sem as bolinhas e a p*** da estrela na árvore de natal ( mais uma época de pretensões, esta pseudo-metáfora encaixou-se na perfeição).

Tuesday, September 26, 2006

Chega do mood farrapo humano!

Nada de substancial para relatar, a não ser o facto de que apesar de me sentir um lixo, não vou ceder mais às investidas do meu egocentrismo quotidiano. 2º dia de aulas e até agora não me posso queixar de nada, o novo professor ( museologia) parece ser um bom profissional, do Sérgio Veludo também não tenho motivos de queixa, nem da Inês Pinho, digam o que disserem dela. Não estou para confraternizações com a respectiva turma, mas reconheço que também tem algumas pessoas simpáticas. Continuo a sentir um sufoco sempre que piso aquela instituição, mas focando-me no que é importante, o curso, não tenciono começar a cambalear novamente. As coisas poderão não correr bem, mas tenciono esforçar-me no sentido contrário.
Se todos morremos sozinhos porque atribuímos tanta importância ao ambiente que nos rodeia? Porque é que aquele cerco me aperta, se não me desperta o mínimo de interesse? Se me estou a borrifar para todos os aspectos na minha vida, se continuo a ser uma desistente assídua, já agora completo o ciclo e desisto também de desistir! Nada é dramático nem intenso demais, mas por isso mesmo me dedico demais a sabotar a minha própria inércia injustificada. Paro de pensar, insatisfações somadas, se não tenho paciência para mim mesma pelo menos vou sobrecarregar esta existência que não deveria ser um fardo, como coisas uteís. Estão aborrecidos que chegue com esta data de coisas chatas? Pois eu não... Aborreci-me de tanto aborrecimento,de tanto medo de fracassar, quando o maior fracasso e este "nada" que me invadiu. Se me quiser divertir recorro a umas cervejinhas, já que alegria natural não está em alta. Para já quero encarar a realidade: pessoas aborrecidas são pessoas que não se interessam por nada nem por ninguém, o que corresponde (na plenitude) ao meu retrato actual que pretendo rasgar pedacinho a pedacinho. 2ª feira tenho consulta na psicóloga da ESE, não sei bem porque o fiz nem o que me aguarda. Pensem o que quiserem.

Sunday, September 10, 2006

E as queixas não cessam...

Não me dei ao trabalho de pensar num título porque tudo o que me apetece agora é simplesmente queixar. Queixar-me desta reprodução deslavada do meu ser que insisto em perpetuar. Imaginas a vida sem o seu lado descontraído? Bem, é tudo o que é preciso para me teres na mente. Sou composta de 90% nervosismo, 10% irritação. O que aconteceu à menina bem disposta e alegre? Metáfora barata: tropeçou algures e não se tornou a levantar. O orgulho faz-nos sentir que somos detentores da razão e por vezes não passa de mera estupidez. Sinto-me absurda, desprovida de bom senso, inerte, ainda mais paradoxal do que o que já era e perto da insanidade, apesar de não saber até que ponto é que não somos todos assim sem tirar nem acrescentar nada.
As ruas já não me dizem nada, as pessoas saturam-me, a noite é uma perda de tempo e tudo isto porque eu perdi o interesse que tinha por mim. É fácil reprovar e sentenciar os comportamentos dos outros, é fácil desligarmo-nos emocionalmente do mundo em nosso redor, quando o problema está em nós.
Admirar as imperfeições, aceitá-las, eis o ideal de quem não é tolo e gosta do que tem. Negar a nossa essência e não a confrontar, a cobardia daqueles que não ousam expôr a sua merda para que todos gritem bem alto: "Afinal vive algo dentro de ti!".
Não me apetece falar, não me apetece atender o telemóvel, não me levem a mal, mas tudo o que me apetece é o cliché de me isolar e confrontar a minha merda antes de a despejar na próxima vítima. Uma vida regular, sem grandes sobressaltos, uma vida por construir à imagem de uma pessoa sem fortes raízes mas também sem grandes pretensões.Feito!