Friday, October 05, 2007

Prozac Nation

Vivemos rodeados de angústias, contratempos próprios que a tecnologia trouxe consigo, e consequentemente a cada vez mais acentuada falta de comunicação. Cada um de nós faz uso das mais variadas gradações de cor, critica e aponta, ajuda e corrompe, constrói e destitui o significado das coisas sem pensar em nada. Optamos pelo vazio, não o vazio no sentido de sermos inuteis, mas no sentido de afundarmos as emoções genuínas em detrimento daquilo que nos parece mais lógico. E depois é ver-nos a ingerir supostas pílulas da felicidade, ansiolíticos, recorrer às mais variadas formas de terapia na esperança de deturparmos ainda mais o que verdadeiramente sentimos, como se fosse algo de muito errado e contra-natura. Também eu pertenço à geração prozac, também eu enveneno o mundo e mostro o que não sou, não depositando esperança numa geração que cada vez mais se afunda em drogas para sentir o que não é. Sou contra o consumo de drogas pesadas, não me oponho ao consumo de marijuana apesar de não fazer uso dela como refúgio. Já ingeri grandes quantidades de alcóol, já experimentei algumas drogas e tudo o que experienciei foi essa tal fuga às emoções. Não acho correcto ter que fazer uso de prozac, alprazolam, triticum e psicotrópicos no geral para me sentir melhor, mas o facto é que também eu o faço. Meio adormecida, cansada mas inócua, como sempre fui, porque o veneno que espalho só se reflecte em mim própria. Sou um ser demasiado imperfeito mas que contrariamente a tantos outros não se dá ao trabalho de pisar ninguém, talvez por no fundo ser um ser bondoso apesar de demasiado egoísta como outros tantos.
Não vivi muito nem pouco, não sei qual a justa medida. Sou preguiçosa e simultaneamente hiperactiva, falo de mim e falo do que sinto porque era o que fazia antes e o que sempre farei. Não permito comentários porque vou continuar a escrever, a criticar-me e a criticar-vos como ser livre que sou, queiram depositar o vosso veneno no vosso próprio blog, esta é a minha forma de terapia. Levem-me à letra, sejam idiotas, pensem, ignorem, revoltem-se mas ajam! Existam sem temer as consequências! Não usem as máscaras a que nos habituaram pelo menos no vosso espaço pessoal, se é que fazem uso de um. Em suma... sintam! Dependências enojam-me, por isso sou consciente e sei largar as coisas,auto-medico-me no sentido de moderação, opto por sentir e expor o que tanto incomoda quem não tem coragem de se assumir. Posto isto um bom fim de semana para todos: os supostamente saudáveis e as pessoas reais!