Monday, April 07, 2003

Generalizações moribundas

Já adormeceste de tal forma que te sentiste morto? Já te induziste a pensar que a morte é o pensamento dominante do teu quotidiano? Então, já reduziste a morte ao aborrecimento... Reflectimos tanto, estabelecemos comparações patéticas para culpabilizarmos a nossa inércia. Soa melhor ver a morte como a companheira fiel, sempre prestes a ajudar ( sem nunca o realmente fazer...). Queres abraçá-la simplesmente para soltar os males oriundos dos teus pensamentos! Morte, vida, ambas são de extrema consideração. Não sou uma fã acérrima da vida, nem uma defensora incondicional da morte. Pode ser que a morte corresponda a uma espécie de libertação, no entanto só nos podemos libertar quando realmente estivermos presos a algo. Gostava de me prender à vida e, então se permanecesse insatisfeita, aí sim, libertar-me-ia! Pela frustração de não alcançar nenhum dos extremos é que não hei de passar! Vou então amarrar-me ao que tens para me oferecer para descobrir se de facto joguei o teu jogo(vida) e, simultaneamente, lutar contra este coma( inércia) para justificar o meu insucesso...

Cidade Suja

Voltei a um estado fantasioso... Fantasio com uma vida efémera mas preenchida de diferentes emoções, diferentes cores e menos dissabores...
Há algo que me está a empurrar para um sítio oportuno, espero eu! Embora a inquietação continue a manifestar-se desequilibradamente, sinto uma mudança para breve [ ou então encontro-me num abismo de tal ordem que a anseio com ferocidade!]
Tanta coisa que já não faz sentido algum, que não passou de uma mera ilusão, folgo em ter visto o que mais tardiamente me iria afectar negativamente. Assim, contemplei a paisagem toda e o pano de fundo que se assemelhava a um azul-céu não passa de um pano cinzento, denegrido por motivos que me são alheios e aos quais não darei um único rasgo de consideração... jamais!
Nesta cidade cinzenta e suja, a inocência é uma benção.
Não podendo permanecer inocente, tento distanciar-me relativamente a tudo que me causa náuseas interiores... Não é fácil! Invejo a alegria de quem não atribui demasiada importância a toda esta desmoralização. Quem se deixa afectar, tal como eu o faço, não consegue ser verdadeiramente feliz.
Desejo avidamente recuperar a alegria que tinha com quinze anos e fazê-lo exclusivamente por mim, sem o auxílio de ninguem! A minha veia apaixonada é algo que tenho que resguardar, para que este objectivo seja cumprido com precisão...