Muitos são os posts em que o evidencio, sei que sou apenas mais uma pessoa com esse mesmo medo, contudo hoje é isso que me corroí as entranhas. Já fui capaz de ter relacionamentos sérios e sólidos mas, mesmo nesses, tudo o que sentia não era capaz de exprimir por palavras. Não me considero uma libertina, nem de longe , nem de perto. Não saio com o intuito de one night-stands porém, por vezes, acabo por ter encontros desses, que nem são bem one night-stands porque, dentro da escumalha que frequenta a noite e que me vai abordando, consigo discernir mais ou menos os pouco imprestáveís. Como não sou miúda de engatar , ainda mais me custa quando penso nessas ocorrências, não que os momentos não sejam bons, apenas porque me irrita saber que tenho tudo aquilo que penso ser incapaz de me fazer sofrer. Porque não é preciso partilhar uma cama para sofrer, não é preciso ter sexo, basta tão-somente conhecer e partilhar. Partilhar um sorriso pateta, um olhar inocente e genuíno, um rasgo de lascividade, e, quando damos por ela aquela pessoa não nos sai do pensamento. Sempre tive uma queda para pessoas dificeís de perceber e que, chamam a atenção não por motivos demasiado óbvios, mas pela sua natureza inquietante. Pessoas não muito meigas à primeira vista, talvez por eu o ser em demasia, não sei. Nunca conseguimos perceber o que nos faz fixar tão doentiamente em alguém, que nos impede de agir e lutar, que nos impede, mais ainda, de continuar.
Num mundo de putas e vinho verde, orgulho-me de me focar mais no segundo elemento mencionado, uma vez que o mal que faço é a mim própria, não calco ninguém nestes joguinhos de pseudo-poder. Ora aqui está o meu mau-feitio a transparecer, uma insinuação que poucos perceberão. Tudo isto porque o ser humano é básico . Eu sou básica, e, porque sei que tudo isto é um ciclo vicioso, no qual todos agimos como meros actores. E se parássemos então de viver personagens e encarássemos a dor?Haverá sentimento sem sofrimento? Creio que não! Porém, maioritariamente, estamos longe de fingir que vivemos sem recorrer a teatralizações.
4 comments:
Primeiro lugar, você parece até uma ninja, seu texto em português fica até Brasileirado.
Humanamente falando, precisamos é ser menos dependentes. mas como não é sempre assim...
Com medo da intimidade eu mesmo falei tudo, e o que aprendi com isso, a verdade. Mesmo que tenha que tenhamos que mentir pra que isso se torne real.
Belo texto, de você.
No pain, no gain. E pronto, tá resumido! lol não de forma tão eloquente quanto tu claro!
Quanto ao ninja, será de certeza uma daquelas expressões brasileiras que se perde em nós, mas o que não compreendo mesmo é o que raio tem o teu texto de brasileiro?! onde estão os "oi?", os "hein?" e os "não tou entendendo?!"
Portanto, isso digo eu: "oi, hein, não tou entendendo!" lol
E se mandássemos um mail pra Maitê nos explicar?
I'm appreciate your writing skill.Please keep on working hard.^^
Não podemos encarar a dor de frente todo o tempo.As vezes, o teatro da vida e seus diferentes palcos, nos ajudam a amenizar a dor.
Buscar isso é um caminho.
Outro caminho que, acredito,muito poucos conseguem: transformar a dor em criação.Talvez os grandes pintores e poetas entendam o que quero dizer.
Me identifiquei muito com seu blog.Espontâneo e real, apesar de virtual.
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