Cheguei agora a casa, estou tão entediada que achei que o melhor era escrever, assim pode ser que entenda o porquê deste estado de espírito tão impertinente...
Acordei na casa do Hélio, um bocado cansada, mas aí ainda estava bem, foi de tarde que isto se apoderou de mim. Olhei à minha volta e só vi protótipos defeituosos... Tudo se movimenta sem energia, sem um sorriso genuíno. É um "temos que" constante, um ciclo tão vicioso quanto vertiginoso. Apeteceu-me interpelar quem passava e dar-lhes um empurrão para ver se, dessa forma, constatavam o nada no qual se acomodaram. A dado momento apercebi-me que o problema é só meu, sou eu que rejeito o que desconheço, sou eu que o rotulo,mas se o faço é porque até agora niguém me maravilhou... Culpem-me e eu continuarei a culpar-vos também, pois somos todos uma descarga emocional descontínua e constantemente interrompida. Desculpa, deixas-me acabar?! Estou a dar um sentido ao que sinto, ou melhor dizendo, à falta de sentimentos. Quero que chegue depressa o dia em que vou sair daqui, para já será só espacialmente, mas "talvez um dia" o seja espiritualmente. Acredito-me que há algo mais do que isto, visto que sou uma fã acérrima da amizade e do convívio, só gostava de não me fartar tanto das imperfeições da vida. Todos somos seres incompletos e imperfeitos, todavia damo-nos ao trabalho de nos importunarmos só porque a um dado dia nos sentimos deslocados e desprovidos de sentido.
Nunca gostei muito de rosa, sempre fui uma rapariga mais virada para o vermelho, para a paixão, para a indagação,mas chega! Nem todos os dias são uma descoberta positiva, o que é relevante é zangarmo-nos com o mundo por uma razão plausível. A minha razão hoje é a falta de paixão a que assisto diariamente, obrigado por me afectarem! Sempre quer dizer que vos repugno tanto por estar apaixonada pela minha vida mesmo quando ela não aquece nem arrefece o meu paladar! A minha magia permanece, apenas adormeceu por momentos...
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