Uns de nós estão destinados a sentir demais, a anularem um pouco do que são em prol de outrem. Outros...não! Não digo que já não o tenha feito (a tal questão da cedência) mas ,definitivamente, pertenço ao grupo II, aqueles que (invariavelmente) dissecam tudo e se auto-conduzem ao lugar comum típico: o aborto espontâneo.
São noites como as de ontem que me fazem questionar sobre este tipo de coisas:jantar em ambiente acolhedor (surgido do nada) e um encontro com um amigo adorável, que se prolongou pela noite , desta feita não tão aleatória como as usuais. Pode-se dizer que me contento com estes momentos e dispenso cenas fortuitas e ordinárias, e gostaria que isso fosse altamente contagioso.
Como respeitar o sofrimento alheio sem cair em mais clichés? Como mexer em algo rachado e conseguir não parti-lo ainda mais? Bem, sou péssima nisto de confortar o próximo, estou lá, sou eu e talvez isso não baste. Gostaria de dizer algo mais preciso (mais uma vez palavra "pouco sentida", mas foi a que genuinamente me ocorreu ) e menos sensato. Ser menos franca e mais prestável. Sentir e não reflectir. Sentir o efeito de um gesto e não o peso da minha própria inércia. Sentir e não fazer parte da estatuária do Soares dos Reis ( sorry, mates!), para genuinamente dar por terminada esta reflexão, em vez de me tentar convencer de algo que permanece ainda em aberto. Grupo II minha gente, tal como a tinta ruiva que uso: cobre o que interessa e é semi-permanente; sai aos poucos, deixando sempre vestígios... Faz destas últimas palavras mais sentidas o teu próprio veredicto e permite-te ser, sem sombra de dúvidas, mais do que todos os outros ostentam.
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